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Técnica de congelamento do câncer na mama mostra 100% de eficácia em estudo brasileiro

Crioablação: técnica inovadora no combate ao câncer de mama mostra eficácia de 100% em estágio inicial.

Revista Garota do Mês - por Revista
25/01/2025 19h30 Atualizado em 25/01/2025 19h30

Técnica de congelamento do câncer na mama mostra 100% de eficácia em estudo brasileiro - Foto: Reprodução/Internet

Uma nova esperança surge para pacientes com câncer de mama em estágio inicial: um estudo inédito realizado pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) aponta a crioablação, técnica de congelamento de células cancerígenas, como um método altamente eficaz. Na primeira etapa do protocolo, a técnica alcançou 100% de eliminação do tumor em pacientes com tumores de até 2 cm, tornando-se uma alternativa promissora à cirurgia tradicional.


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O procedimento é minimamente invasivo e consiste na inserção de uma agulha fina na região afetada, pela qual é aplicado nitrogênio líquido a temperaturas próximas de -140ºC. Isso forma uma esfera de gelo que destrói as células tumorais. "Nosso objetivo com a crioablação é eliminar o tumor de forma eficaz e menos invasiva", explica Afonso Nazário, professor da Unifesp e um dos coordenadores da pesquisa. Ele destaca a praticidade do método: "Você não precisa de internação, anestesia geral ou grandes cortes. Para pacientes idosas ou com comorbidades, isso é uma tremenda vantagem."

Resultados promissores

Na fase inicial do estudo, 60 pacientes com tumores de até 2,5 cm participaram do tratamento. Entre as 48 mulheres com tumores de até 2 cm, a técnica eliminou completamente o câncer. Nos casos em que os tumores mediam entre 2 e 2,5 cm, cerca de 8% apresentaram focos residuais da doença após o procedimento.

Como protocolo de segurança, todas as participantes passaram por uma cirurgia conservadora da mama após a crioablação, com remoção do quadrante afetado e dos linfonodos axilares. No entanto, o objetivo final da pesquisa é eliminar a necessidade de qualquer intervenção cirúrgica, uma vez que o corpo pode reabsorver as células destruídas pelo congelamento.

O procedimento é minimamente invasivo e consiste na inserção de uma agulha fina na região afetada - Foto: Reprodução/Internet

A aposentada Eleni Isabel Bianchi, de 68 anos, participou do estudo e compartilha sua experiência: "Descobri o câncer ao apalpar o seio durante o banho. Fiz o procedimento de manhã e, à noite, já estava viajando. Foi tudo muito tranquilo." Para ela, a crioablação foi uma alternativa menos desgastante, tanto física quanto emocionalmente. "A sensação é como estar em um 'mundo congelado', mas vale muito a pena", brinca.

Próximos passos

Com os resultados iniciais bem-sucedidos, os pesquisadores se preparam para a última etapa da pesquisa, que será realizada entre 2025 e 2027. O novo estudo contará com 700 participantes, todas mulheres acima de 60 anos com tumores de até 2 cm, faixa que apresentou os melhores resultados até agora.


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A pesquisa busca comprovar que a crioablação pode substituir a cirurgia tradicional em longo prazo. Atualmente, a técnica já é utilizada em países como Estados Unidos, Japão, Israel e Itália, mas ainda enfrenta desafios no Brasil, como a falta de cobertura pelos planos de saúde e sua indisponibilidade no SUS. "O alto custo das agulhas é um obstáculo, mas acreditamos que a popularização do método ajudará a baratear o procedimento, tornando-o acessível a mais pacientes", afirma Nazário.

Complemento ao tratamento sistêmico

Embora a crioablação seja uma alternativa inovadora, ela não substitui os tratamentos sistêmicos do câncer de mama, como radioterapia, quimioterapia e hormonioterapia. "O tumor mamário precisa ser tratado de forma abrangente, pois existem casos em que a doença é estimulada por hormônios. Nesses cenários, combinamos o congelamento com medicamentos específicos para bloquear o crescimento do tumor", ressalta o professor.

A técnica, que já é um marco na luta contra o câncer de mama, promete mudar vidas, especialmente em pacientes que buscam tratamentos menos invasivos e mais rápidos. As próximas etapas da pesquisa poderão determinar se, em um futuro próximo, essa alternativa estará acessível para mulheres de todo o Brasil.


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