POLÍTICA

Uma declaração do presidente Lula sobre a guerra da Ucrânia provocou, nesta segunda (17), críticas e desmentidos da União Europeia e do governo dos Estados Unidos.

O presidente Lula passou três dias em viagem à China e aos Emirados Árabes. Mais de uma vez falou sobre a guerra na Ucrânia.

Neste domingo (16) , antes de embarcar de volta ao Brasil, disse que os Estados Unidos e a Europa contribuem para a continuidade do confronto e que Rússia e Ucrânia, país que foi invadido, têm responsabilidade pela guerra.

Em 24 de fevereiro do ano passado, a Rússia invadiu a Ucrânia, país vizinho - uma democracia soberana. Moscou bombardeou cidades estratégicas e ordenou combates sangrentos provocando a fuga de milhões de ucranianos, o maior êxodo na Europa desde a Segunda Guerra Mundial.

A Ucrânia vem se defendendo com armamentos e munições de países europeus e dos Estados Unidos. A reação impediu a rápida anexação de territórios ucranianos, pretendida pelo presidente russo, Vladimir Putin.

Nos últimos dias, nos bastidores, autoridades americanas deixaram o tom diplomático de lado e afirmaram que acreditam que o Brasil está tentando ajudar a Rússia. Nesta segunda (17), pela primeira vez, a Casa Branca afirmou publicamente que o Brasil está repetindo a propaganda russa e chinesa sem olhar para os fatos.

Em uma conferência telefônica, o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby, falou que é profundamente problemático como o Brasil tem abordado essa questão quando sugere que os Estados Unidos e a Europa não têm interesse em paz e compartilham responsabilidade pela guerra.

Ele disse que os comentários do presidente do Brasil , de que a Ucrânia deveria ceder a Crimeia como concessão, são simplesmente equivocados.

O porta-voz da União Europeia também respondeu às declarações feitas pelo presidente Lula. Peter Stano afirmou que a Rússia é a única responsável pela guerra.