O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA, confirmou nesta terça-feira (23), que a Administração Geral de Alfândegas da China autorizou a importação de carne bovina brasileira que tenha obtido certificado sanitário antes do embargo estabelecido no dia 4 de setembro. Os embarques para o país asiático foram interrompidos após dois casos atípicos de mal da vaca louca terem sido notificados em Minas Gerais e Mato Grosso.
O embargo às exportações foi estabelecido de forma voluntária pelo Brasil, como cumprimento ao protocolo sanitário que consta no acordo comercial entre os dois países. As regras preveem a normalidade das negociações após investigação dos casos por um laboratório internacional, como foi feito pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) no Canadá.
Com a autorização, o setor de frigoríficos estima a entrada de 120 mil toneladas de carne bovina nos portos chineses. A exportação da proteína do Brasil, no entanto, continua suspensa e já completa 80 dias. A decisão de retomada depende da China, que mantém o veto, mesmo após a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) ter informado que as ocorrências não representam risco para a cadeia de produção bovina brasileira.
A medida vem causando impactos no setor, já que a China é o principal mercado de carne brasileiro. Segundo levantamento da Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo), o volume de exportações de carne bovina caiu 43% no mês de outubro quando comparado ao mesmo período de 2020. O faturamento da exportação chegou a US$ 541,6 milhões no mês passado, registrando queda de 31%.
O Brasil é o principal fornecedor de carne bovina da China, atendendo a cerca de 40% de suas importações, e os compradores esperavam inicialmente que o comércio fosse retomado em algumas semanas, mas até agora não há uma data para a retomada.