Cresce o consumo e produção de cafés especiais no Espírito Santo

No Espírito Santo as indústrias de produção de café estão em busca de melhorar e desenvolver a produção.

Redação do M1 - (28) 9992-0545

Rômulo Muri
Do M1 fonte: www.redem1.com.br

O café especial é feito na gleba na lavoura – Foto: Reprodução

 
O Espírito Santo é o segundo maior produtor de café do Brasil e segundo o Sindicato da Indústria de Torrefação e Moagem de Café do Espírito Santo (Sincafé) o consumo de cafés especiais nos últimos dois anos teve um crescimento de 25%.

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Mas o que é o café especial?
O café especial é feito na gleba do produto na lavoura. Ele tem cheiro e sabor diferente do convencional e seu grão pode produzir bebidas sem amargor.

“E para ter um produto especial é preciso ter boas práticas no manejo e na hora da secagem dos grãos. Um café especial é um café bem colhido que tem maior doçura e tem maior cuidado pós-colheita”, explica Tássio da Silva de Souza, técnico do Incaper e degustador de café.

“A secagem do café visa, através da desidratação, conservar os frutos e grãos de café. Ela é essencial para evitar fermentações indesejáveis, que levam à depreciação da bebida do café. Ela pode ser feita ao sol, em terreiros ou em secadores ou na combinação de ambos” afirma.

Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), numa escala de 0 a 100 pontos cafés com notas acima 80 pontos são considerados especiais e podem superar em mais de 100% o preço da saca dos grãos comerciais.

“Quanto maior a doçura maior a pontuação, para ser especial o produto precisa ter até 80 pontos dentro dos critérios. A avaliação do café é feito em laboratório de iniciativa privada e são avaliados em três atributos: Doçura, acidez e umidade”, destacou Tássio.

Mercado e exportação
Desde 2015 as exportações tem subido 11,7% no país o equivalente a nove milhões de sacas e a receita de US$ 1,8 bilhão, segundo o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé).

De acordo com a Cooperativa de Cafeicultores do Sul do Estado a Cafesul, o estado produz cerca de 1200 toneladas por ano, das quais 3% (35 toneladas) são de grãos especiais. Apesar do baixo índice, o mercado é visto como potencial.

Para a Coopeavi, o ano difícil em questão de qualidade na bebida dos cafés, a organização do concurso recebeu um total de 96 amostras (59 de arábica e 37 de conilon), provenientes de 13 municípios do Espírito Santo.

No Espírito Santo as indústrias de produção de café estão em busca de melhorar e desenvolver a produção de grãos para atender à nova demanda dos cafés especiais.

O consumidor capixaba é jovem e está em busca das novidades. No mundo e aqui no estado este consumo de café especial é uma tendência, principalmente pelo público jovem que sempre procura por novas experiências, além de um consumo mais sustentável.

Melhor café especial do Brasil

Cafeicultor de Muqui é premiado com melhor café conilon do Brasil - Foto: Divulgação

E foi do Sul do Estado o café especial escolhido como o melhor do País. O cafeicultor do município de Muqui recebeu a premiação representando a esposa, Neuza de Souza, que conquistou o primeiro lugar na categoria canéfora (conilon) no concurso Coffee of the Year 2019, durante o encerramento da Semana Internacional do Café (SIC), realizada em Belo Horizonte (MG), realizado em novembro deste ano.

Também foi premiado o “Pó de Mulheres” das cafeiculturas de Jerônimo Monteiro e Muqui.

Festivais no Estado

Cafeicultores são premiados no 9º Pio Corteletti - Foto: Divulgação/ Coopeavi

Para incentivar os produtores várias prefeituras realização festivais de cafés especiais de Norte a Sul do Estado.

Em Venda Nova foi realizado o 9º Prêmio Pio Corteletti- Arábica e Conilon Especial, onde 31 cafeicultores disputaram prêmios em dinheiro, sendo 17 na categoria Conilon e 14 na Arábica.

Os cafeicultores Gilcimar Filete (Venda Nova) e Edilson Brandt (Afonso Cláudio) foram os campeões nas categorias Arábica e Conilon, respectivamente. Um total de 130 pessoas dentre diretoria, colaboradores e associados da Coopeavi, familiares e autoridades participaram da solenidade no Armazém da Pronova.

Filete alcançou 90,83 pontos na análise sensorial, superando Sivanius Kutz (Itarana), com 90 pontos, e Rodrigo Hoffmann (Marechal Floriano), com 88,58. O produtor comemorou o resultado com a família. “Fico feliz, resultado de um bom trabalho com total apoio da família”, declarou o campeão do melhor arábica.

Já na categoria Conilon, o município de Afonso Cláudio provou ser terra de cafés muito especiais. Terceiro colocado na edição 2018, Edilson Brandt veio faturar o primeiríssimo lugar este ano com 87,16 pontos. Os segundo e terceiros colocados são Altamiro Lüdke, também de Afonso Cláudio (86,41) e José Braz Ortelan, de Santa Teresa (85,83).

“Venci também o concurso municipal recentemente. Fiquei bastante surpreso com o resultado. O prêmio é o reconhecimento do trabalho que desempenho com minha família”, disse.

O prêmio tem por objetivo identificar, incentivar e premiar os melhores cafés das espécies arábica e conilon produzidos no Espírito Santo e Minas Gerais como forma mais eficaz de conquista de novos mercados e atender à crescente demanda por produto com qualidade superior.

O presidente da Coopeavi, Denilson Potratz, parabenizou os premiados e destacou a relevância do Estado na produção de cafés especiais e a importância do cooperativismo. “Estamos aqui para dar suporte. A cooperativa tem que ser uma via de mão dupla. Fazemos nosso papel e o cooperado deve fazer o papel dele”.

O gerente do Negócio Café da Coopeavi, Giliarde Cardoso apresentou os resultados de 2019 e anunciou as perspectivas de mercado para o próximo ano.

Estão previstos novo parceiro para compra de cafés dos cooperados na Europa com pontuação entre 80/85 pontos, abertura de mercado para cafés de pontuação menores e continuidade da busca de compradores para os cafés certificados.

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