Uma situação dramática, que se repete cada vez mais: jovens mulheres que tiram fotos íntimas ou filmaram relações sexuais, confiaram nos parceiros, e acabaram humilhadas por milhares de pessoas na internet.
Continue lendo após a publicidade |
A Jovem J.Q. do ES teve uma foto compartilhada por aplicativo de mensagem instantânea. “Todo o adolescente tem o direito de ser adolescente. Eles são inconsequentes mesmo. Essa exposição toda da imagem da minha filha é uma violação”, destaca a mãe da vítima.
Um momento íntimo, que deveria ser protegido pela confiança entre parceiros, pode virar uma arma quando cai na internet. Publicada em redes sociais ou repassadas de celular em celular, a gravação sai do controle.
Conforme um levantamento realizado pela ONG Safernet Brasil, entidade que monitora crimes e violações dos direitos humanos na internet, em parceria com a Polícia Federal (PF) e o Ministério Público (MP), e divulgado em abril de 2014, o número de vítimas do compartilhamento indevido de fotos íntimas mais que dobrou nos últimos dois anos no país.
O estudo apontou que, de 2012 a fevereiro de 2014, 170 pessoas procuraram a organização por telefone ou e-mail para pedir auxílio por terem a intimidade exposta indevidamente na web.
Foram 48 casos em 2012 contra 101 em 2013. E, nos dois primeiros meses de 2014, foram feitos mais 21 atendimentos. Tiago Tavares, diretor presidente da Safernet, afirma que os dados sinalizam uma tendência do crescimento exponencial desse tipo de situação no Brasil, e pode ser maior, já que a grande maioria não chega ao conhecimento dos órgãos responsáveis.
Segundo ele, quase todas as vítimas da chamada "pornografia de revanche" são mulheres. Ele aconselha quem quiser se filmar deve seguir algumas regras para se proteger.
A regra número um é: ao se filmar em momento íntimo, não revelar o seu rosto, o seu nome e nem a sua voz.
Regra 2: é importante que a mulher mantenha a filmagem na posse dela.
Número 3: não compartilhe, não envie por e-mail para o seu parceiro, não envie por chat, por dispositivo de mensagem.
E a quarta regra: apague tão logo seja possível.
“O pior do crime eletrônico não é exatamente você detectar quem foi o agressor. O grande drama é toda a carga moral, social, que acaba sobrando para a mulher”, disse.
Receba e compartilhe notícias todos os dias no grupo de WhatsApp da ;Rede M1 |