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Blog do Dodô

Por Luís Salvador Poldi Guimarães

 Engenheiro civil, professor, palestrante, historiador da cidade de Mimoso do Sul

 

O evangelho de João como um exercício intelectual e espiritual


21/11/2022 20h18 Atualizado em 21/11/2022 20h18


O evangelho de João - Foto: Reprodução/Internet

Não se conhece o seu autor ou autores. No ano de 180 d.C. Irineu disse que o escritor deste Evangelho seria João. Este mesmo autor, Irineu, disse que Paulo e Pedro já estariam mortos em 64 d.C. Irineu foi discípulo de São Policarpo. Ele era tutor de João Evangelista. Tertuliano afirmara que foi João quem colocou São Policarpo como bispo de Esmirna (Turquia). O herege Cerinto foi citado como sendo autor do Quarto Evangelho. Já São Clemente acredita que seja mesmo João. Acredita-se que foram seus discípulos quem escrevera este Evangelho. Um desses discípulos seria André. Conclusão: O autor e o lugar onde fora escrito O Evangelho de João são desconhecidos.


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João o Evangelista nasce no ano 6 d.C. em Betsaida, na Galiléia. Um pescador (sem estudo e sem instrução – At.4:13) por ser João, O Evangelista como descrito no parágrafo anterior João não poderia ter escrito tão grandiosa obra porque exige conhecimento que João não poderia ter para poder escrevê-lo. Irineu, São Clemente e Papias não apresentaram fontes credíveis para afirmar que este Evangelho fora escrito por João.

Se João fora mártir ele não poderia ter vivido para escrever o livro a menos que vivesse por período muito longo e morresse de morte natural. Papias afirmara que João fora morto junto com seu irmão Tiago no ano 43 d.C. Esta obra foi redigida num grego muito avançado.

A festa de São João o apóstolo era celebrada no dia 27 ou 28 de Dezembro nos quatro primeiros séculos. Data de seu martírio entre 44 – 46 d.C. Provas de que não fora João o escritor deste Evangelho são porque fatos marcantes da vida de João não foram citados neste Evangelho: 1º) A vocação dos filhos de Zebedeu; 2º) A cura da sogra de Pedro; 3º) A escolha dos dozes apóstolos; 4º) A ressurreição da filha de Jairo; 5º) A transfiguração; 6º) Os pedidos dos filhos de Zebedeu; 7º) O Getsêmani; 8º) Tiago seu irmão nunca foi mencionado; 9º) Interesse pela Galiléia.

O Evangelho de João foi escrito de pouco a pouco e sofrera várias redações. Destacando vários períodos no decorrer do texto. Cristão não gosta dos judeus e fariseus. No encontro de Jesus com Nicodemos que é judeu e fariseu Jesus responde: - “És doutor em Israel e ignoras estas coisas”? João 9:22 – Os judeus ameaçam expulsar todos os cristãos da sinagoga. João 12, 42 – Os fariseus que criam em Jesus também foram expulsos da Sinagoga. João 16, 12. Cristo repreende Nicodemos: muita coisa ainda faltava dizer, mas você não seria capaz de suportar estas verdades.

Os judeus proibiram o grupo dos joaninos de frenquentarem a Sinagoga. Este contexto é importante judeus x cristãos não combinam. E muito menos os cristãos combinam com o Império Romano (até 313 d.C. quando Constantino declara o Cristianismo religião oficial do Império romano). E nem com os mulçumanos.

Papias escrevera que quem escrevera o Evangelho de João fora João o Ancião e não João o Evangelista. Eusébio de Cesaréia também afirmou isto no seu livro História Eclesiástica. Eusébio faz esta citação por duas vezes. E afirma que inclusive Papias fora discípulo deste João O Presbítero.

Papias aponta que o autor das cartas joaninas e do Evangelho foi o Ancião João. Para concluir, a ideia apresentada no Evangelho é de João, mesmo não tendo sido ele o redator do Evangelho.

O Evangelho de João foi escrito no final do século I d.C. Iniciada em 64 d.C. E terminada em 97 d.C. Entre os anos 80 e 85 d.C. Houve a reunião na Jâmnia (atual Yavne – Israel cidade marítima do Mediterrâneo) onde os cristãos foram proibidos de frenquetarem as sinagogas.Portanto, este Evangelho foi escrito depois de decorridos 50 anos da morte de Jesus. Descrevem dois tempos: o tempo de Jesus e depois o tempo do Evangelista João. Em 90 d.C. a Igreja e a Sinagoga entram em conflitos e são separadas uma da outra. O Evangelho de João foi escrito no final do século I d.C. Iniciada em 64 d.C. E terminada em 97 d.C.

Entre os anos 80 e 85 d.C. Houve a reunião na Jâmnia (atual Yavne – Israel cidade marítima do Mediterrâneo) onde os cristãos foram proibidos de frenquetarem as sinagogas. Portanto, este Evangelho foi escrito depois de decorridos 50 anos da morte de Jesus. Descrevem dois tempos: o tempo de Jesus e depois o tempo do Evangelista João.

Em 90 d.C. a Igreja e Sinagoga entram em conflitos e são separadas uma da outra. E a medida que os judeus percebiam que o número de cristãos aumentava mais violento ficava o conflito. Veja João 8, 59. Os judeus apedrejaram Jesus e ele teve que abandonar o Templo. Este fato narra uma data antes de 70 d.C., pois o Templo será destruído nesta data.

Os judeus desejavam matar os Apóstolos, mas, Gamaliel afirmou diante do Sinédrio. – “Deixe como está, pois se eles estiverem sem Deus vai dar em nada e se estiverem com Deus vocês nada conseguirão”. Crer sem ver. Não quer dizer acreditar em qualquer coisa. O cristão deve acreditar baseado na Razão evitando fazer uma leitura infantil da Bíblia.


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Observe que João destaca as atividades de Cristo na Judeia e não na Galileia. Destacando que Jesus visita por duas vezes a cidade de Jerusalém na festa do Tabernáculo e na dedicação ao Templo (antes de 70 d.C.). Jesus é morto no ano 30 d.C. (14º dia do Nisan entre março e abril) Porém, seu primeiro milagre aconteceu na Galileia. Três dias depois do encontro de João com Cristo. João escreve as lembranças que tivera de Jesus (+ de 60 anos depois de ocorrido o encontro).

As linhas mestras da teologia de João são duas: o tema da criação e o tema da Páscoa. Lembrando que na História da Criação o homem foi criado no sexto dia. João fala do Lógos (pensamento grego e não existe no pensamento judeu). Este pensamento só existe a partir da Septuaginta. O Evangelho de João cita muito o A.T sobretudo do Êxodo. Possui pensamentos do helenismo, da gnose e do judaísmo.

Um defeito do judaísmo é a circuncisão. Muitos gostavam da religião judaica, mas não gostavam de serem circuncidados. A própria arquitetura do Templo era de estilo grego. Ou seja, o judaísmo tivera grande contato com o helenismo e os ensinamentos se misturavam. A descoberta dos escritos de Qunran certifica a presença de grupos contrários ao judaísmo.

A salvação já existia na concepção de outras religiões anteriores. Na época de João existiam o nascimento de várias correntes religiosas. O Evangelho de João foi escrito para ambos: cristãos, pagãos e judeus. Ele usa termos e conceitos do ambiente pagão. É neste Evangelho que o egoísmo católico se impõem: que Cristo é o Caminho, a Verdade e a Vida. Retirando das outras religiões o poder da Salvação. É João que coloca as verdades científicas (gnose) em paralelo com a fé. Uma não diminui a outra.

Não se conhece o autor deste Evangelho. Desconfia-se que esta obra fora escrita por vários autores diferentes. Existem relatos sem finais. Exemplo João 3,2. O texto é interrompido de forma drástica sem uma continuação plausível. Nicodemos faz uma pergunta a Jesus e Jesus responde outra coisa sem nexo com a pergunta anterior.

Parágrafos fora do contexto: 3:31-36 e 12:44-50. Interrupções e acréscimos: João 3:22-30. Muito estranha o pensamento de Nicodemos ao pensar que um velho retornaria ao útero materno para nascer de novo. É um pensamento muito infantil para um príncipe judeu. Porque Jesus não explica de modo que uma pessoa o entenda. Na outra pergunta Jesus responde de forma mal educada a Nicodemos: - És doutor em Israel e ignoras estas coisas!

Jesus conclui a frase de forma menos inteligível ainda. Aí volta-se ao V.T. O narrador diz no Evangelho que João batizava em Enon. Se fosse escrito por João o texto deveria ser outro. Eu batizava em Enon enquanto Jesus batizava na Judeia. Foram a João e disseram. O texto deveria ser foram até mim e me disseram. João 10,1-21 complementa o texto anterior

Em 3,2 Nicodemos indaga sobre os vários milagres de Jesus. Quando na verdade Jesus só havia feito um milagre o das Bodas de Caná. Glosas como 4,1; 11,2; O capítulo 5 deveria ser colocado depois do capítulo 6. Houve aqui uma inversão dos capítulos. Acredita-se que três pessoas diferentes escreveram este Evangelho. Duas da Palestina e a terceira de Éfeso. O segundo redator apresenta característica anti-semita.

A data de sua escrita também é confusa. O papiro mais antigo que trata do N.T. é o Ryland com a sigla P. e foi escrito no ano 130 d.C. que trata de João 18:31-33 depois vai para o 37-38. Mais tarde foram encontrados dois papiros que contemplam mais de 2/3 do Evangelho de João. Este Evangelho foi escrito na Síria ou na Ásia menor.

É o único Evangelho que permitiu avaliar o tempo de duração do ministério de Jesus. Divisão do livro: Prólogo: 1,1-18. Fala de Jesus em relação aos judeus. E apresenta João. 1,10-11 repete o que já havia dito em 1,5. Fica implícita a Trindade Santa. O texto é recortado ora fala de Jesus ora fala de João. No versículo 17 viaja ao V.T. No versículo afirma que ninguém viu Deus. E que foi o filho quem o revelou.

Livro dos sinais: 1,19-12,50. Narra os milagres de Jesus. Resumo: 12,34-43. O autor apresenta um resumo do que acontecera. Capítulo 13,1-13: Inicia tudo de novo. Até ao capítulo 12 Jesus fala com o povo depois fala apenas com os discípulos. No livro da glorificação 13,1-20,31 Aqui os sinais (milagres) somem demonstrando a troca de autoria do livro. E por fim o epílogo: 21,1-25.

O capítulo 13 é semelhante com o prólogo. O que provoca uma partição clara no texto um autor escreveu até o capítulo 12 e outro autor escrevera o restante. Os outros Evangelhos seguem este mesmo formato até o capítulo 12 descreve a vida de Jesus a partir do capítulo 12 começa a se descrever a morte de Jesus.

O fragmento 13,1 é um parágrafo transitório. É como se fosse uma dobradiça com um pino central ligando as duas partes. No capítulo 21 Jesus já ressuscitado dá passa as diretrizes para a Igreja. A conclusão do livro foi escrita por outro terceiro autor diferente dos anteriores.


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